A falta que faz o movimento estudantil nos dias atuais: Quem é o culpado pela quase extinção?





Nos últimos anos, tem sido notável a ausência do movimento estudantil nas pautas sociais e políticas do Brasil. Desde a redemocratização do país, esse movimento sempre teve um papel atuante e influente na história . No entanto, nos dias atuais, a falta de representatividade e atuação preocupam, especialmente em tempos de debates acalorados sobre segurança nas escolas e a militarização de colégios. Em Londrina, entidades como a ULES (União Londrinense dos Estudantes Secundaristas) e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) estão, infelizmente, em um profundo sono e precisam ser acordadas.


O movimento estudantil sempre foi crucial para a luta por direitos e melhorias nas instituições de ensino. Desde a época do regime militar, quando os estudantes foram protagonistas nas manifestações pela democracia e pelos direitos civis, até a primeira década dos anos 2000, quando o movimento se tornou imprescindível nas conquistas pela implementação do Passe Livre Estudantil, e a garantia da Meia Entrada por exemplo, sua importância ficou evidente.


Nos últimos anos, o movimento estudantil perdeu sua força e visibilidade. Uma série de fatores pode ser responsável por essa quase extinção. Primeiramente, a falta de interesse dos próprios estudantes em se engajar politicamente tem sido um problema recorrente. O excesso de entretenimento e o individualismo exacerbado têm limitado a participação ativa dos jovens nas questões sociais e políticas.


A repressão e a perseguição por parte das autoridades também têm contribuído para o enfraquecimento do movimento estudantil. Com a criminalização de manifestações e o discurso de que os estudantes são apenas "vândalos" ou "baderneiros", muitos acabam desestimulados a protestar e a lutar por seus direitos.


A falta de atuação do movimento estudantil atualmente pode ser a descrença no sistema político. Com uma política marcada por escândalos de corrupção, Banalização da Democracia e a falta de representatividade dos eleitos, muitos jovens têm perdido a esperança de que seu engajamento político possa fazer alguma diferença.


Em Londrina, a situação não é diferente. A ULES, tradicional entidade representativa dos estudantes secundaristas, e o DCE, que representa os estudantes universitários, encontram-se em um sono profundo. A ausência de lideranças capazes de mobilizar e engajar os estudantes tem sido um grande desafio. Além disso, a falta de apoio e recursos financeiros também tem comprometido a atuação dessas entidades.


 A culpa não pode ser atribuída apenas aos estudantes e às entidades representativas. A falta de apoio das instituições de ensino, a ausência de projetos educativos que incentivem o pensamento crítico e a participação política, assim como a falta de incentivos governamentais à atuação estudantil são fatores que contribuem para a situação atual.


É preciso urgentemente acordar o movimento estudantil em Londrina e em todo o país. A sua atuação é fundamental para garantir a voz dos estudantes e a defesa de seus direitos. A construção de uma educação de qualidade, segura e inclusiva depende do engajamento dos jovens e do fortalecimento dessas entidades representativas. É hora dos nossos jovens estudantes retomarem o protagonismo que sempre foi característico dos estudantes brasileiros.

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