O Retrocesso em Curso: Extrema Direita Assume Comissão de Direitos Humanos em Londrina

 


A recente nomeação dos vereadores Jessicão e Santão para a presidência e vice-presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Londrina acende um alerta preocupante para todos que defendem a dignidade humana, a justiça social e a proteção das minorias. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ambos os parlamentares demonstraram um tom de deboche ao afirmar que irão “endireitar” os direitos humanos, expressão que, além de infeliz, revela uma completa incompreensão — ou pior, um desprezo calculado — pelo verdadeiro significado dessa pauta fundamental.


Essa postura não é um caso isolado. Trata-se de uma estratégia comum em setores da extrema direita, que, incapazes de apresentar propostas concretas que melhorem a vida da população, recorrem ao cinismo, à desinformação e ao ataque sistemático contra políticas públicas de inclusão e proteção social. O papel dos direitos humanos é, por definição, universal e inegociável: garantir que todos, independentemente de sua origem, classe, cor, gênero ou orientação sexual, tenham suas liberdades e dignidades respeitadas. O fato de isso ser motivo de escárnio por parte de representantes eleitos é um sinal claro de retrocesso democrático.


A ironia é cruel: vereadores que deveriam legislar para o bem comum transformam suas redes sociais em palcos de desinformação, promovendo fake news e criando inimigos imaginários para mobilizar suas bases. Não por acaso, a pauta dos direitos humanos se torna alvo preferencial, pois ela simboliza justamente aquilo que o autoritarismo não suporta — diversidade, liberdade e empatia. O objetivo não é "corrigir" os direitos humanos, mas enfraquecê-los, desmontando conquistas históricas que custaram vidas e décadas de luta.


É fundamental lembrar que os direitos humanos não pertencem a um grupo ideológico específico. Eles são fruto de tratados internacionais, princípios constitucionais e, acima de tudo, do reconhecimento de que todos os seres humanos têm o direito de viver com dignidade. Reduzi-los a uma piada é um insulto às vítimas da violência, do preconceito e da exclusão.


A sociedade civil de Londrina, assim como as organizações de defesa dos direitos humanos, precisa se manter vigilante. Não se trata apenas de reagir a provocações vazias, mas de fortalecer o debate público, expor a ignorância disfarçada de opinião e reafirmar que o compromisso com a justiça social está acima de qualquer tentativa de banalização.


Em tempos sombrios, a resistência se faz com coragem e clareza. E, para quem defende a vida e a dignidade humana, o compromisso é inegociável: nenhum direito a menos.



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