A máscara que sempre "capengou" finalmente caiu. Durante anos, o bolsonarismo vendeu a narrativa de que era um movimento contra a corrupção, defensor da moralidade e da ética na política. No entanto, os fatos mostram o contrário: aliados de Jair Bolsonaro estão manobrando no Congresso Nacional para enfraquecer a Lei da Ficha Limpa, uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira no combate à corrupção eleitoral.
A proposta liderada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) quer reduzir o período de inelegibilidade de políticos condenados de oito para apenas dois anos. O objetivo? Abrir caminho para que Bolsonaro possa concorrer à presidência em 2026, já que hoje ele está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa articulação já conta com o apoio de 73 deputados de partidos como PL, MDB, Patriota, PP, PSD e Republicanos, evidenciando que essa não é apenas uma pauta do bolsonarismo, mas de uma ala da política brasileira que teme as consequências de uma legislação mais rígida contra crimes eleitorais.
O Retrocesso que Querem Aprovar
Criada em 2010 através de um projeto de iniciativa popular, a Lei da Ficha Limpa impede a candidatura de políticos condenados por crimes contra a administração pública, improbidade administrativa, corrupção e abuso de poder econômico ou político. Seu impacto foi enorme: barrou a candidatura de centenas de políticos fichas-sujas e ajudou a moralizar o processo eleitoral no Brasil.
Agora, com essa manobra para reduzir a inelegibilidade de condenados, os defensores da proposta deixam claro que nunca foram contra a corrupção—foram apenas contra seus adversários políticos. Quando a regra os beneficia, a lei é boa. Quando os prejudica, querem mudá-la.
Os Riscos Para a Democracia
Caso essa mudança seja aprovada, as consequências serão desastrosas para o país:
Facilitação da impunidade: políticos corruptos poderão voltar ao poder em apenas dois anos, enfraquecendo o caráter punitivo da Ficha Limpa.
Abertura de precedentes: se conseguem mudar essa regra para beneficiar um nome específico, o que mais poderão flexibilizar no futuro?
Descredibilização das instituições: o Judiciário e o TSE, que julgam esses casos, terão seu trabalho esvaziado se as punições forem brandas demais.
A tentativa de flexibilizar a Lei da Ficha Limpa prova que o discurso moralista do bolsonarismo nunca passou de uma farsa. Quem realmente defende o combate à corrupção não trabalha para facilitar o retorno de políticos condenados.
A Sociedade Precisa Reagir
Diante desse ataque ao combate à corrupção, é fundamental que a sociedade civil se mobilize para pressionar os parlamentares a rejeitarem esse absurdo. A Ficha Limpa é uma conquista do povo brasileiro e não pode ser destruída para atender aos interesses de um grupo político.
Bolsonaro e seus aliados não estão preocupados com o Brasil, mas sim com sua sobrevivência política. Mais uma vez, provam que nunca foram contra a corrupção—só eram contra corrupção qye não estavam envolvidos.
Comentários