Computação prevista em filme de Tom Cruise já é realidade

A computação por toque transforma tudo nos PCs da nova geração

Minority Report não é mais apenas ficção
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Seu carro aproxima-se de um caixa eletrônico e a janela do carro se abre suavemente. De repente, aparece uma tela de LCD brilhante na sua frente. Qual o primeiro pensamento que lhe acomete? Há alguns anos, seria procurar pelo teclado e, assim, começar as transações desejadas. Hoje, porém, estamos diante de uma mudança de paradigma: você, na verdade, toca a própria tela. O mundo da computação ainda não chegou por completo à realidade dos bancos, supermercados e cassinos quando se fala desse tipo de tecnologia, mas isso está prestes a mudar.
Desde que a idéia surgiu, na década de 80, diversos produtos utilizando funções por toque foram desenvolvidos. A Dell, por exemplo, lançou o laptop conversível Latitude XT, no começo de 2008, amealhando reações díspares acerca de seu desempenho. A Philips também fez alguns experimentos nos meandros da tecnologia por toque com aparelhos como o Pronto, utilizado para controlar sistemas de home-theater por intermédio de uma simples pressão dos dedos. Quiosques interativos, sistemas de segurança doméstica, terminais de check-in em aeroportos – inúmeros dispositivos fazem algum tipo de uso de tal tecnologia.
O hardware vem em duas versões: resistiva e capacitiva. As telas resistivas, como aquelas utilizadas em PCs e telefones celulares mais antigos, já existem há algum tempo; as telas capacitivas, nas quais uma fina camada condutora sobre o monitor identifica a movimentação dos dedos, são invenções mais recentes. Há ainda uma outra tela por toque descrita como "digitalizadora ativa", que é bem mais antiga – e funciona mediante o uso exclusivo de um determinado tipo de caneta digital. Equipamentos de hardware multitoque podem identificar diversas ações de toque ao mesmo tempo. Há também um conceito chamado "dual touch", capaz de distinguir apenas duas ações simultâneas.
Inovação, sim... Mas nem tanto...
Em relação aos produtos tradicionais, a tecnologia de toque não é nem de longe uma inovação. O que está mesmo se modificando é a interface. Nos próximos anos, veremos um número cada vez maior de aparelhos movidos pelo toque que serão também capazes de identificar gestos. Através de controles ativados por eles, poderemos então navegar por fotos, escolher objetos planando na tela, simular páginas de livros sendo viradas e até mesmo jogar videogame e assistir filmes. Na verdade, Steve Prentice, analista da Gartner, declarou à BBC que o mouse deverá estar morto em no máximo cinco anos.
O precursor óbvio da tecnologia por toque real foi o iPhone, da Apple, um aparelho que continua vendendo como gelo no deserto e não possui ainda um concorrente direto. "Beliscar" a tela para aproximar o zoom e dar nela um "peteleco" para afastá-lo – gestos desse tipo estão aos poucos substituindo os toques convencionais presentes em outras engenhocas, como os aparelhos Windows Mobile e as “péassimaas fiunçõoes de diiguitaçaão” dos BlackBerrys.
Há tecnologias melhores – e os milhões de usuários do iPhone já descobriram isso. O Samsung Instinct, o Nokia N97, o BlackBerry Storm e o T-Mobile G1 também estão contribuindo para que o mundo sucumba de vez à era dos aparelhos portáteis com tecnologia por toque.
De acordo com Jeff Han, a quem se atribui o início efetivo da revolução por toque por ter sido ele quem demonstrou um primeiro protótipo na conferência TED em 2006, as interfaces por toque promoverão novos paradigmas para os computadores pessoais. Haverá um redimensionamento das funções e dos formatos dos teclados, manipulação livre de fotografias e o surgimento de muitas interfaces intuitivas e altamente experimentais, semelhantes a uma lâmpada de lava virtual.
"Não há razão para que continuemos a nos contentar com as interfaces atualmente disponíveis. Elas é que deverão começar a se contentar conosco", disse Han. Sua demonstração na TED exemplificou como funciona o multitoque: você pode mover um determinado objeto com uma das mãos e agarrar um segundo também presente na tela ao mesmo tempo. É possível digitar algo num post-it adesivo que realmente dá a impressão de ser grudento – e fazer isso enquanto se assiste a um filme em Blu-ray. Desde então, Han desenvolveu também uma parede operada por toque, tendo sido ele o principal programador por trás da famosa interface que a CNN utilizou na recente cobertura das eleições presidenciais norte-americanas.

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