Os segredos de Obama



Estrategista da campanha americana palestrou no Campus Party
Por Filipe Serrano
 Quando o sociólogo espanhol Manuel Castells afirmou ao jornal El País que "não se pode compreender Obama sem a internet", ele queria falar de como a força da disseminação da web ajudou a elegê-lo presidente. Mas as novas tecnologias, sozinhas, não são suficientes para ajudar em uma campanha eleitoral. É preciso ter carisma.
É o que dizem Scott Goodstein e Peter Giangreco, duas da principais cabeças por trás do da campanha de Obama. "Nenhuma das experiências que fizemos nas novas mídias iria funcionar se não tivéssemos um candidato que inspirasse as pessoas e as fizesse acreditar que, colaborando com a campanhas, elas estariam mudando as coisas nos EUA", afirma Giangreco. Os dois estiveram no Brasil em outubro, falando para publicitários e pessoas ligadas a partidos políticos, interessados em repetir o sucesso de Obama nas eleições deste ano por aqui e conversaram com a reportagem na ocasião.
Goodstein agora volta ao Brasil para falar a um público bastante diferente. Durante esta semana, ele está na Campus Party, no Centro de Convenções Imigrantes, onde faz uma palestra sobre redes sociais e marketing por celular, hoje (27), às 13h.
Responsável pelas campanhas via celular e internet, Goodstein diz que nada seria possível também sem a integração das equipes envolvidas na campanha. "Todos trabalhavam no mesmo andar. Se o garoto geek que trabalhava no canto da sala tinha uma ideia para nos ajudar a ganhar, abraçávamos. Era fácil trabalhar em conjunto", diz.
Deu certo. Todos estavam ligados em vídeos, montagens, iniciativas que os eleitores colocavam na rede. "Uma das diferenças da campanha em relação a outras eleições é que era um diálogo com os eleitores. Obama passava a mensagem que queria, mas também escutava o que diziam".
Com isso vídeos caseiros publicados no YouTube - como de uma mãe cozinhando biscoitos com a figura de Obama -, pinturas feitas por artistas desconhecidos, músicas de cantores de hip hop independentes, tudo era incorporado à campanha.
"Nas prévias, em Iowa, descobrimos que uma mulher que estava cansada dos ataques de Hillary e iria mudar para o Obama. E o vídeo com ela retirando a placa de Hillary da frente de casa e colocando uma do Obama foi o vídeo mais assistido do dia", conta Giangreco. "Pedíamos para as pessoas ajudar, como um time. Mas não achamos que as novas mídias estão salvando o mundo. Esta não é a resposta. No fim do dia, mensagens de texto e redes sociais sozinhas não teriam ganhado a eleição", dá o recado, Goodstein.
BOXE
QUEM É SCOTT GOODSTEIN - Formado em Relações Públicas, trabalhou em campanhas políticas na década de 1990 ao lado dos democratas e na indústria musical. Na campanha de Obama, desde as prévias, coordenou as ações para internet, principalmente em redes sociais, e para celular, enviando mensagens de texto.
QUEM É PETER GIANGRECO - Especialista em mala direta, aprimorou técnicas de pesquisa para tornar as campanhas por correio mais efetivas. Trabalhou ao lado dos democratas em campanhas de Bill Clinton, Al Gore e John Edwards . Com Obama, serviu como consultor de mala direta e ações segmentadas nas prévias em 2008.

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