Crônica de um Londrinense "Quem sou eu" - por Allen Cristhian



Eu sou simples... mas (man)tenho minha personalidade..
Gosto de batatas em conserva, amendoim, de colecionar moedas, gosto de dançar sozinho no meu quarto. Gosto também de tocar piano, ler Nietzsche ou Neruda, de assistir episódios do Chavez ou Chapolin no youtube, e escutar Bossa Nova, muita nova bossa. Claro, sem deixar o Blues, o Jazz e o rock de lado. Que Deus Abençoe tbm a MPB, Caetano, Gilberto (O gil e o João), Elis, Jair e o Senhor que toca chorinho no bar sem nome da rua paranaguá....





Eu sou assim, meio retrô, novas antigas coisas... Novos Baianos, Bossa nova, Cruzado novo, mas nada de Babado Novo, esse não me vai.

Eu gosto da música tocada por duplas também. Tom e Miúcha, Bebel e Gilberto (o João). Algumas outras duplas me molestam os ouvidos, não consigo aturar, Gino, Geno (e nenhum gênio) Sorocaba, Fernando, antes disso atirem-me na cabeça uma bala de prata.

Eu não frequento os melhores bares, como o DaSilva, aonde os "Da Silva" geralmente ficam de fora, para dar lugar aos "Schettis", "Medeiros", "Jaboures" e "Favorettos". Da João Cândido resta-me apenas a letra "J". Também, não frequento Balacobar, para mim "Balacobye". Pátio, apenas o de casa, e, Vega ainda é a personagem do street fighter. Empório nunca vi, e Escritório é aonde se trabalha para ganhar o pão.

Às vezes, a pé, vou a paranaguá, em outras dançar ao som de um DJ cego que com talento e tato escolhe um de seus mil cds, repletos de músicas ultrapassadas porém boas.

Vez outra me vejo cabisbaixo por andar só, por não entender talvez o que acontece por aqui, tanta aparência, ostentação. Porém, hora sou feliz, por saber que levo outro tipo de riqueza comigo, a qual demonstro para quem sabe valoriza-la.

Maquiagem, muita maquiagem, para maquiar o rosto, e o que se é... água e sabão removem...

Talvez, medo de buscar o diferente, de ousar mudar a sintonia da rádio, deixar de ser Pan, e ser um pouco Universitária, ou até mesmo, talvez, produto do meio, muitas vezes buscando, não o príncipe, mas seu cavalo branco (que muitas vezes não pode ser um corcel). Trocam sua felicidade por uma carrugem, e ganham a abóbora. Superficiais, deitam em suas camas, como meretrizes, fingen-se como atrizes, choram-se em secreto como se encurraladas em um beco. Não sabem que amor não se vende, tampouco se compra? É uma troca... é uma troca... troca-troca.

Eu, que gosto de batatas em conserva, amendoim, antigas moedas, Gilberto (o Gil ou o João), piano, Nietzsche, Neruda e Chapolim, ainda não encontrei nínguem aqui para me acompanhar nas batatas, conversar com o piano, juntar as moedas, para, comprar amendoim na quitanda do João.


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